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Tenho a próstata muito aumentada e preciso operar. Preciso fazer uma cirurgia com corte?


   3 de setembro de 2021

Apesar de não haver consenso na literatura médica, podemos considerar uma próstata muito aumentada como aquela que pesa mais que 80 a 100 gramas. Estes números se devem ao fato de que a maioria dos urologistas não indicarem mais o tratamento endoscópico com a RTU (raspagem) em próstatas acima deste peso. Deste modo a indicação acaba sendo de prostatectomia simples a céu aberto.

Vale aqui ressaltar, que com o advento da terapia farmacológica para tratamento da doença em meados da década de 90, que contribuiu para retardar bastante a indicação do tratamento cirúrgico, cada vez mais os homens têm se apresentado com próstatas de volume muito aumentado. O aumento da expectativa de vida dos homens também tem contribuído para este fenômeno.

A prostatectomia simples a céu aberto (como é chamada a cirurgia com corte para o aumento prostático benigno), é a forma mais antiga de tratamento da HPB e existe a mais de 100 anos. Até os dias de hoje ainda é realizada em centros menores e até mesmo em grandes centros, pois se revestem de resultados eficazes e duradouros. No entanto, são métodos invasivos, que podem gerar perdas sanguíneas significativas em casos mais complexos. Isso retarda a recuperação do paciente, que necessita ficar internado por um período que varia de quatro a sete dias.

Neste contexto, a enucleação endoscópica da próstata com Laser se constitui o maior avanço técnico que ocorreu nos últimos anos. Este método, conhecido através da sigla HoLEP, permite o tratamento cirúrgico de próstatas de qualquer tamanho através do canal da uretra, evitando assim a abordagem pela via abdominal com corte. Desenvolvida pela primeira vez na Nova Zelândia em 1998, logo ganhou o mundo, e hoje, é o método adotado pelos maiores centros de referência do mundo no tratamento do aumento benigno da próstata.

No Brasil, o aumento da disponibilidade dos equipamentos utilizados no método possibilitou que alguns urologistas mais envolvidos com o tratamento do crescimento benigno da próstata o desenvolvessem e o aprimorassem, melhorando a qualidade do tratamento cirúrgico da HPB.

Entre as principais vantagens do HoLEP, podemos citar o melhor controle do sangramento intra e pós-operatório, o menor tempo de uso da sonda no período pós-operatório e o menor tempo de permanência hospitalar (em geral 24 horas). Outro ponto importante, já citado acima, é a possibilidade de tratamento de próstatas de qualquer tamanho pelo canal da uretra. Finalmente, a durabilidade do método é equivalente ao da cirurgia aberta, ou seja, a quase totalidade dos pacientes tratados não necessita operar mais a próstata mesmo após 15 anos de seguimento.

O principal obstáculo para a disseminação do método para todos os centros, no entando, é a sua dificuldade técnica. Este fato limita sua aplicação a centros que possuem urologistas experientes e que possuem grande volume de tratamento cirúrgico da HPB.

Um outro método que vem sendo utilizado para o tratamento cirúrgico de próstatas exageradamente aumentadas é a cirurgia robótica. Método consagrado para o tratamento do câncer da próstata, acabou tendo sua indicação estendida para o tratamento cirúrgico do aumento benigno da glândula. Apesar de ter se mostrado um método viável e com resultados equivalentes aos da cirurgia aberta e ao próprio HoLEP, a cirurgia robótica envolve uma abordagem via abdominal, com necessidade de abertura da bexiga. Este fato a torna mais invasiva que o HoLEP e exige que o paciente permaneça pelo menos 3 a 5 dias com a sonda no período pós-operatório.

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